quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Saudades......

Amigos, caríssimos amigos, peço-lhes a atenção devida as poucas linhas que irei escrever:
Para nós do Círculo SãoCarlense de Orquidófilos foi este ano de 2010 marcado também por tristes momentos, grandes percas, e uma dessas percas foi a de um amigo, companheiro, leal, brincalhão, um ótimo ser humano, sempre feliz, sempre ancioso por mais uma exposição a ser realizada.
De lágrimas ele não gostava nem um pouco, gostava de sorrir e brincar com a vida, com os amigos e mais importante ele gostava que o amigo ao seu lado também sorrisse e fosse feliz.
É assim mesmo essa pequena e curta jornada que é a vida, os momentos passam, as esperanças jamais acabam, as alegrias são momentaneas muitas vezes, as tristezas as ansiedades também.
Mas há coisas que jamais serão apagadas do melhor computador do mundo que é o nosso cerebro e também o nosso coração.
São encontros que jamais sairão de nossas memórias de nossa alma são sorrisos e mais sorrisos de satisfação devido a estarmos em sua companhia adorável.
Neste baú de surpresas que é a vida, descobrimos, o sr.Luiz lá de Guaxupé e o tempo que com ele convivemos e dividimos a sua maravilhosa companhia, depuramos também a nossa alma, o entender claro e nítido de nosso espírito.
Que bom te conhecer Luiz !
Em breve iremos nos encontrar aí nos céus e cultivar o amor, as orquídeas aí no jardim de Deus, Pai todo poderoso.
Aí existem orquídeas eternas, assim como nós somos eternos.
Iremos voltar a andar juntos, sorrir e viver no júbilo de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Lágrimas para que ?
Sorrisos sim, embora agora nesse plano sentimos sua falta
Mas que falta?
Se ao nosso lado você Luiz está !
Deus o abençõe, felizes estamos por você, estou agora nesse instante ao nosso lado.
Um abraço amigo.
Em breve nos reencontraremos.
 Para Leninha, suas Filhas e Todos aqueles que adoravam o LUIZ.

Gilmar Juliak
Sócio e Diretor Técnico do Círculo SãoCarlense de Orquidófilos

Cattleyas Estrangeiras- 2° Conceito Técnico

Aos nossos amigos exploradores de conhecimento e visitantes de nosso Blog, os meus cumprimentos.
Ao se falar das Cattleyas Monofoliadas estrangeiras é difícil deixar de destacar uma das Cattleyas mais belas e que hoje também marca presença em exposições e coleções, admirada e muito bem adaptável aqui na região de São Carlos, e em boa parte do território de nosso país, trata-se da Cattleya Maxima, originaria da Venezuela, Colômbia, Peru e Equador.
Distintamente de muitas das demais Cattleyas possui uma forma técnica, toda peculiar onde sua simetria de segmentos e circularidade são variantes, decorrentes de clones e variedades dentro da mesma espécie.
Sua sépala dorsal vem caracteristicamente ereta, bem postada acima das pétalas, com uma largura pouco fina, geralmente junto com as sépalas inferiores apresenta um arqueamento leve de inclinação para a frente do tubo, formando também um gracioso bouquet somado às suas pétalas que também pouco ou medianamente largas se projetam para frente, e sem encrespado em seu bordo e em alguns indivíduos leves torções, o que ainda lhe são características.
O tubo do labelo pouco alongado e fino, com um labelo encrespado e alongado em todo o seu bordo, poucas franjas o que lhe permite uma ótima arrumação plana sem dobras.
As variedades desta bela Cattleya multiflora são as mais conhecidas como tipos-clara e escura, semi-albas, semi-albas flameas, roseadas, concolores do médio ao médio escuro, albescens, coeruleas de tons diversos onde algumas possuem um tom acinzentado sobre o seu labelo e em todas as variedades da espécie apresentam no lóbulo frontal uma estria bem simetrica e definida de cor amarelo variável que se estende ao centro do lóbulo central até as proximidades da entrada do tubo.
Planta de porte alto, vegeta muito bem em nossa região, com bifurcações prósperas e um ótimo enraizamento.
Requer ainda que suas regas sejam normais, tolera muito bem o período de escassez de água temperaturas baixas.
O tipo de vaso no qual ela melhor se adapta é o de plástico quando seedling e até o período adulto; exige uma boa ventilação, luz de 50% a 70% de sombreamento, seus vasos não podem estancar água, ao contrário devem ser furados lateralmente e no fundo.
É normal após um replante, o exemplar de Cattleya Máxima responder muito bem, com novas raízes e brotações, pois não tolera um alto índice de acidez em seu substrato.
Pode ser cultivada com sucesso ao lado da Cattleya Warscewiczii, Cattleya Trianaei, e Cattleya Luddemanniana, pois muito próximo são seus modos de cultivo.
Possuo em minha coleção por momento apenas dois exemplares, uma da variedade concolor, e outra da variedade alb, mas já encontrei a semi-alba flamea e a tipo para efetuar aquisição.
Se quando você for à procura da Cattleya Máxima para venda no mercado, procure não adquirir plantas, se seedlings muito entouceiradas e de porte baixo, pois a altura das futuras brotações são mais demoradas, procure seedlings com poucos pseudobulbos e em porte pouco maior, devido a que o desenvolvimento na futura aclimatação virá a ser melhor.
Um clone da variedade Tipo me fascina em muitos pontos característicos técnicos que seria a Cattleya Máxima tipo do Farina, com pétalas sem dobras, pouco ponteagudas,dotada de uma boa armação e um bouquet dessas pétalas bem pronunciado, e em destaque suas boas sépalas e labelo frondoso e vistoso com sua típica estria central bem definida no tom amarelo forte, clone de fácil cultivo, de matiz lilás-médio.
A variedade Alba que possuo foi adquirida no Orquídeas Sud América, lá em Piracicaba há alguns anos do meu caro amigo, saudoso Sr. Francisco Cava Cano, onde vim a conhecer essa bela Cattleya florida com cinco flores albas numa haste floral que somada ao pseudobulbo teriam aproximadamente uns 70 cm de altura.
O exemplar me impressionou muito, e também havia seedlings já de bom porte com duas flores precoces, onde o meu coração não resistiu e se apaixonou por essa espécie que nitidamente possui atrativos nativos que encantam.
A variedade coerulea, há anos atrás, a vi florida lá na cidade de Limeira na sua exposição anual onde com duas flores bem postadas, e tutoradas, trazia a meu olhar o quanto é belo o seu azul contrastando com a estria central do lóbulo em tom amarelo definido.
E se falando sobre sua estria central no lóbulo do labelo, ela é graciosamente desenhada em sua largura do princípio ao término, como se o Criador usasse de réguas planas e com um lápis de cor amarelo a fizesse, desta forma ao apreciarmos com os olhos imaginamos um trabalho artesanal, parecendo que após o feito da flor, a estria central do lóbulo fora feita.
As peculiaridades dos defeitos florais não passivos, são, quando decorrentes inaceitáveis infelizmente, e são agora por mim relatados, que são o estreitamento muito crítico de suas sépalas, e cuja estas no seu ápice se recurvam para traz dando-nos a impressão de pequenos grampos.
E o mais inaceitável seriam a dobra simétrica que muitas vezes ocorre nas suas pétalas deformando-as com sua nervura central muito acentuada e uma curvatura nas mesmas também.
As dobras nas pétalas muitas vezes a deforma de tal maneira que as descaracterizam.
O diâmetro das flores se quando pequenas demais também não coloca sua floração em destaque.
Bem, o tolerável na Cattleya Máxima não tirando suas características seria pouco estreitamento de suas sépalas e pétalas, e esta última sem nervura central acentuada, nem curvada para frente e nem com dobras irregulares.
O bouquet geral de armação de pétalas e sépalas quase que por igual em toda a flor.
A circularidade nem sempre se apresenta tão uniforme de uma variedade para outra, nem tampouco sua simetria, o que vem ser lhe característico.
Os tons geralmente são bem definidos, é uma espécie que uniformiza facilmente esse critério, nos satisfazendo ao olhar e bem definir.
Bem, amigos respeitando a espécie, muito foi e está sendo feito geneticamente para se obter porcentagens menores de defeitos e não caracteristicas que tem dado alguns resultados bons onde foram cruzadas albas com tipo, albas com albas, concolores com semi-albas obtendo-se boas tipos.
Textualmente devo dizer que é uma das Cattleyas estrangeiras que com mais poder e morosidade apreciativos devemos analisar, pois confundir defeitos passivos e caracteres florais seria um puro erro de nossa parte.
No momento, agradeço a atenção.
Obrigado.

Gilmar Juliak
Diretor Técnico do Círculo SãoCarlense de Orquidófilos

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Cattleyas Estrangeiras- 1° Conceito Técnico

Olá, amigos, visitantes de nosso blog, esse pequeno comentário sobre as Cattleyas monofoliadas estrangeiras que irei retratar é apenas o inicio de uma série de notas e conceitos técnicos que irei esplanar daqui a diante nos textos de Cattleyas que julgo as mais expressivas em conceitos técnicos, em variedades cuja gama de variação é extensa e as tornam cada vez mais atraentes e destacaveis nos plantéis daqueles orquidófilos que especificamente as cultivam e as compreendem por serem plantas nativas de outros países e que aqui no Brasil facilmente se adaptam vindo a florescer com magníficas flores, mês a mês no ano, que nos deixam encantados nas exposições por onde quer que vamos pretigiar.
No mero conceito dessas Cattleyas eu tenho em minha coleção como sendo plantas tão fáceis e tão bem de adaptação quanto as nossas Cattleyas brasileiras, muito delas não entram em fase de regressão ou mesmo debilidades que as tornam de difícil cultivo, e com apenas algumas regras básicas se consegue um desevolver extenso em idade, e em vigor vegetativo muitas vezes melhor que nossas Cattleyas fazendo se tornar verdade a frase.
"Cultivar Orquídeas é Fácil"
Por serem parentes muito próximas de nossas Cattleyas, e nas matas de clima Tropical também, a América Central ( em parte) e a América do Sul são berços numerosos dessas maravilhas, acostumadas com diversas altitudes, um clima quente e as vezes pouco ou de alta umidade elas formam suas belas touceiras e procriam em matas que até os dias de hoje foram impossíveis de acesso ao ser humano.
As estações do ano determinam na maioria dos casos suas brotações, suas florações, as vezes quando trazidas ou mesmo cultivadas no Brasil e produzidas em laboratórios brasileiros florescem simultaneamente, dando a impressão de que são iguais em algumas espécies.
Os detalhes também criteriosos na concepção de desenvolvimento, aspecto estético das flores é que vem definir as belas e distintas peculiaridades de cada uma.
As coleções brasileiras estão repletas delas e na maioria vegetam lado a lado nos orquidários respondendo muito bem a aclimatação pela qual passa e a tratos de cultivo estimulantes como enraizamento, brotação com tamanhos satisfatórios de seus pseudobulbos e posteriormente boas hastes florais.
Eu vou citar algumas dessas Cattleyas que presenciamos costumeiramente em nossos orquidários em responder fascinante, no caso cito as Cattleyas Trianaei, Mossiae, Percivaliana,Warscewiczii (gigas), Máxima, Rex, Dowiana, Aurea, Jenmanii, Mendelli, Lueddemanniana, Gaskeliana,Quadricolor.
Essas citadas acima são plantas que religiosamente ano a ano possuem uma brotação e floração satisfatória, não perdendo de forma alguma suas características dentro de seus grupos e variedades num sial de Ótima resposta ao nosso cultivo.
As Cattleyas Trianaei por exemplo, em nossa altitude (São Carlos- acima de 800m ) emitem seus vigorosos brotos a partir dos meses de Setembro, Outubro, Novembro até Dezembro, e muitos clones dois pseudobulbos/ano onde chegam a bifurcar sem regressão de tamanho, o enraizamento se sobrepõe muitas vezes às nossas Warnerii por exemplo.
As florações da Cattleya Trianaei tem inicio no mês de Março, se estende até Junho e Julho, entrando fortemente com florações espetaculares em pleno tempo seco e frio, demonstrando sua ótima adaptação.
É de se notar o bom tamanho de suas bainhas, o vigor de seus pseudobulbos o que não causam grandes sulcos provocando desidratação.
O ciclo dos seus botões são perfeitos executam o sistema de giro e posicionamento na haste floral, perfeitos até o inicio de sua abertura que uma vez estaqueadas também abrem e maturam corretamente e por último estágio de maturação o posicionamento dos segmentos florais em etapas, vindo a flor se armar completamente após pré-posicionamento das suas sépalas e pétalas e a tonificação final de seus tons.
A flor nacional da Colômbia parece apreciar muito bem o clima adverso muitas vezes aqui na região, gosta desse esquenta- chove-esfria que todos os dias ( na maioria do ano) ocorre em São Carlos e região.
A abertura precoce dos botões ou mesmo o aborto dos mesmos dentro da bainha não ocorre, o que já em muitas outras Cattleyas não é tão dificil de acontecer devido à esse incessante choque térmico.
Mostra-nos mais uma vez a sua rusticidade e resistência, faz inúmeras bifurcações sem regressividade ou desenvolver de forma lenta, ao contrário, as divisões de uma única planta é sempre possível desde que executados de forma correta e no tempo certo.
Se uma Cattleya Dowiana aqui se consegue replantar e obter mau resultado se não for feita apenas a incisão de rizoma na época certa, a Cattleya Trianaei possa a vir ser feito de Setembro a Dezembro, com pleno êxito onde o pseudobulbo dianteiro, já muitos espatados, estão formados preparados para as florações.
Como se vê, há diferenças expressivas entre uma e outra, basta apenas notar seus ciclos e respeitar as diversidades do tempo.
A Cattleya Trianaei enraiza muito bem na fibra de xaxim, em casca de peroba, em casca de pinus tratado e em casca de macadâmea adicionando-se pouca porcentagem de carvão.
A queima de ponta de raiz é nula nas cascas, já o xaxim ela requer um bom índice de Ph, como via regra geral a maioria das Cattleyas requerem.
A Cattleya Trianaei originaria das matas da Colômbia assim como sua parente mais próxima a Cattleya Shroederae possui com essa co-irmã algumas adversidades, a principal que destaco seria a forma técnica da flor da Cattleya Shroederae que embora grande de diâmetro tanto quanto a Trianaei, apresenta um bouquet de boas pétalas arredondadas mais acentuado, as sépalas dorsal e inferiores reclinam-se para traz, o que é típico da espécie, e dona de um tubo e labelo formidável bem arredondado, franjado no bordo, cuja emissão de flores vai de Julho a Setembro em variedades semi-alba, tipo, concolores que variam do concolor claro ao semi-anelado escuro; e presenciei a floração de semi-albas aquinadas com pouquissíma recurva de sépalas.
A Cattleya Shroederae é exemplo típico expressivo do bouquet de pétalas peculiar e pouca apresentação de colo do tubo do labelo.
Planta forte e robusta, altiva, faz presença distinta em colecionadores e experientes, e que realmente valorizam e respeitam a armação e forma técnica dessa bela Cattleya.
Em visita a cidade de Piracicaba, lá no orquidário do meu professor Francisco Cava Cano, presenciei muitas Cattleyas Shroederae em floração muito boa adaptadas em vasos e placas peroba onde sem distinção das duas adaptações as plantas vegetam muito bem sem reduzir dessa maneira a qualidade técnica de suas flores.
Somente tenho a ressaltar que só vê duas Cattleyas Shroederae alba em exposições, desconheço se seria uma variedade mais rara dentro dessa espécie.
Bem amigos, quer uma quer outra, ambas as Cattleyas são exuberantes em florações e cada uma bem distintas em circularidade, simetria, bouquet de pétalas, matizes em suas variedades, mas ambas de fácil cultivo e adaptação à um sombreamento de 60% a 70% sob regas periódicas normais, sendo a Shroederae requerente de pouco menos regas pós-floração que a Cattleya Trianaei. Parentes bem próximas mas com peculiaridades suavemente distintas.
Um abraço.
Gilmar Juliak
Diretor Técnico do Círculo SãoCarlense de Orquidófilos

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Iniciante na Orquidofilia Parte III

Amigos visitantes do nosso Blog, os meus cordiais, muito prazer em retornar a escrever a vocês.
Uma vez o iniciante passando por aquela fase  entre a paixão até sua filiação à uma sociedade orquidófila, ele ainda tem muito a percorrer, ou seja os obstáculos maiores, seriam as aquisições corretas de orquídeas que se adaptam bem em seu orquidário.
Com bons conselhos, troca de idéias, diálogos com os demais sócios ele ficará sabendo o que deve e o que não deve colecionar, pois neste meio tempo todas as plantas diversas que possui terá já algum tempo de cultivo no seu orquidário, e ele notará claramente que alguns híbridos ou algumas espécies se desenvolverão melhor, já outras nem tanto, algumas orquídeas ele até começa a perder de vez, onde nesse caso, uma visita de um orquidófilo mais experiente possa orientá-lo no que fazer para cessar prejuízos e os insucessos de cultivo, claro que essa próspera visita é algo de emergência.
Aí, nesse exato momento é que o iniciante vem a conhecer como se constrói um viveiro de cultivo corretamente planejado e posicionado em sua residência ou mesmo no seu apartamento ou mesmo na sua chácara.
As leituras são também primordiais para se conhecer melhor as orquídeas, há no mercado, muitos livros e revistas que na certa irão ajudá-lo, além do grupo de sócios ao qual pertence.
O iniciante então, depois de muitas noções básicas que por sinal  são simples, reconhece que errou ao comprar todo o tipo de orquídeas e cultivá-las num mesmo espaço, sob uma mesma iluminação, doses de regas e adubos, etc...
É difícil, mas feliz aquele que supra-regra consiga cultivar todo o tipo de orquídeas num mesmo orquidário, mas geralmente não é assim.
A palavra adaptação-aclimatação lhe vem a memória sempre que visita suas plantas.Por exemplo:
Uma Cattleya Labiata e um Paphiopidilum cultivadas juntas, sob a mesma luz, regas, aereação, umidade relativa do ar equivalentes, mostra-se que o Paphiopedilum não floresce, apenas vegeta muito bem, e já a Cattleya Labiata se desenvolve muito bem e resulta flores muito boas.
Ora,Claro, diversas são as plantas e diversos são os tipos de aclimatação em alguns casos a fotossíntese não é executada por inteiro pela planta e a desidratação é generalizada na planta pois para sobreviver ela retira água de seus próprios pseudobulbos.
E já outras requerem bastante regas nas brotações e interrupção de vez meses antes de suas florações, outras requerem pouca água após vinda de um repouso floral.
As diferenças são muitas e aí aparece aquele gostinho de insatisfação e até desistência.
Não é bem por aí, meus amigos o embasamento técnico que ao se filiar você adquire é muito intenso e forte, esses pequenos problemas se resolvem da seguinte forma:
- Relacionar as plantas que no período de 1 a 2 anos melhor se desenvolvem no seu orquidário e relacionar as que não se desenvolvem, sim aquelas que entram em estado crítico de regressão.
- Deve-se claro fornecer às orquídeas as condições ideais que ela obtinha na natureza, mesmo produzida em laboratórios o que não interfere em seu desenvolver vegetativo.
- Passa-se daí em diante a acompanhar diariamente suas plantas, sempre socorrendo-as se necessário.
- As aquisições mudam daí para diante, pois comprar para depois matar não é o correto, e sim possuir orquídeas que se adaptem bem ao seu orquidário, sempre respeitando as regras básicas para cada grupo de orquídeas, por exemplo a altitude e o clima referente à sua localidade( cidade ou local onde reside).
Outros cuidados devem ser notados quanto às aquisições por exemplo:
- Se cultivar catasetíneas não dá bom resultado, elas definham, não florescem, não crescem de tamanho acaso forem seedlings, cultive então outros genêros, que se adapte melhor, as oncidineas por exemplo.
Desta maneira, mais as orientações,mais cuidados prévios trarão com o passar do tempo um plantel de boas plantas , aclimatadas e florindo muito bem.
O que mais importa é que você não desista, se algumas plantas que você iniciante possuiu nos primórdios de sua paixão pelas orquídeas não vão bem, doe para outros orquidófilos para que possam com êxito cultivar e se não quiser doar, venda-as, antes que as perca totalmente, claro sempre explicando o problema encontrado no seu caso específico.
Vai aqui algumas dicas que eu próprio passei à miudos mas sem desistir.
- Cattleya Nobilior poucas regas e bastante luz, no telado de 50% de sombra.
- Cattleya Warnerii e Cattleya Labiata regas normais, alguns meses antes das florações diminua as regas, e sob uma luz de 70% de sombra.
- Híbridos de BLC, LC, SLC, SC e outros, adapte-os com menos luz, o ideal é 70% a 80% de sombra com diminuição de regas no repouso (período pós-floração).
- Vandas, duas regas diárias, possuem raízes aéreas que requerem umidade constante, luz entre 50% e 60% de sombra, adubações regulares recomendadas.
- Cattleyas Trianaei, Mendelli, Jemmianii, Warscewiczii, Percivaliana, Dowiana, Aurea,Gaskeliana e Luddemaniana regas normais, com luz de 70% de sombra no telado.
-Paphiopedillum, luz de 70% de sombra, regas normais, menos nos períodos frios do ano, substrato sempre úmido.
- As micro orquídeas, ambiente sombreado, 80% de sombra e boa umidade atmosférica, bons resultados com adubos granulados ou em pó, homeopaticamente aplicados.
- As litófitas, bastante luz, 50% de sombreamento, poucas regas periódicas, no caso cito como  exemplo Hadrolaelia Milerii, a Hadrolaelia Flava e outras de porte pequeno também pertencentes ao grupo.
Do iniciante cabe ler, refletir e se  optar por tentar experiências, fazê-las em uma ou duas plantas, se acaso haver ocorrências de perdas de plantas ou mal desenvolvimento, apenas uma ou duas orquídeas serão prejudicadas, e se houver sucesso, amplie a experiência com cautela para as outras orquídeas gradativamente sempre em observação.
A leitura, a visita a orquidários, as exposições, fotos e mais e mais leituras e diálogos fará o iniciante num curto espaço de tempo, um bom colecionador, de plantas admiráveis.
Não desista nunca, repito as satisfações são muito maiores e mais intensas com o passar dos anos.

Gilmar Juliak
Diretor Técnico do Círculo SãoCarlense de Orquidófilos

O Iniciante na Orquidofilia Parte II

Em continuação ao meu relato passado sobre a iniciação dentro, desse mundo maravilhoso que é a Orquidofilia, passo a dizer em algumas palavras o que passa o iniciante quando descobre essa imensidão de variedades na qual as orquidáceas se apresentam, são inúmeras cores, desenhos, perfumes, formas técnicas, diferentes florações, plantas com aspectos multi-variados que nos trazem uma forte atração, não somente ao sentir seus perfumes, mas em tudo, é uma curiosidade tamanha que a cada deslocar dos nossos olhos, tudo renasce.
É algo novo, parece muitas vezes artesanal, e não o é?
O iniciante nessa fase de descobrimento, euforia e excitação pelo o que é exótico, diferente, e eu até me arriscaria a dizer: Anormal!
Ele se deslumbra, descobre dentro de si algo novo, que se renova dia a dia.
Como é de fato, passa por experiências que lhe custa tempo, dinheiro,cuidados, ciúmes das plantas que vira e mexe, vem a adquirir para ele não importa muito se tem plantas boas ou ruins de forma, tudo é lindo, tudo é maravilhoso.
Quando vai as exposições se delira, parece estar no céu, e aos poucos, se não possuir um auto-cotrole chega a gastar muito dinheiro, e se cai nas mãos de um mau vendedor, ele está perdido, compra adubos vencidos,plantas danificadas, e  plantas com pragas, doenças, prestes a ter de emergência executar replante e isso geralmente faz  em hora errada.
Ele acha bonito as cores, aquele aglomerado de pequenas flores, aquele perfume inesquecível e continua comprando.
Para o iniciante quanto mais plantas  comprar, melhor seu âmago se completa, se enche, se enriquece.
Assim que nós em boa parte tivessemos de bagagem carregado dentro de nós esse amor aficcionado e desesperador, pois talvez não teríamos feito tanta injustiça, tanta atitude impenssada..
Sim, nós que temos olhos mais educados e revisados ao apreciar o que vem a ser uma boa ou uma ruim flor de orquídea, restabelecessemos um pouco essa euforia que é o amor do iniciante na Orquidofilia.
E continuo:
Aos poucos ele vai levando para casa e lá geralmente adapta algo de  improviso, rapidinho, um cantinho onde haja ou luz demais, ou sombra demais.
As regas por sua vez, são quase raras ou excesso depende de que o vizinho ou o amigão de fim de semana o disse, sim esses mesmos que possuem Olho Gordo. Segundo o iniciante.
Dizem para ele que aquelas manchinhas negras nas folhas não são nada, apenoas para cortar com faca ou tesoura o pé do talo (pseudobulbo).
Dizem a ele que elas não florescem porque falta adubo que só a tal dona das Orquídeas, sabe, aquela vizinha invejosa que quando o vim entrar para dentro de casa com as plantas, rogou praga e quer um pedaço de uma das orquídeas.
Mas, vamos lá meus caros visitantes de nosso blog.
É obvio que todos nós passamos por essa fase que eu diria um veneno bem gostoso e aos poucos com o passar dos dias, das semanas, dos anos, nos veio a racionalidade,a responsabilidade e a ciência de que cultivamos seres vivos.
Qual o melhor caminho para mantermos acesas as chamas da esperança de um ótimo cultivo com belíssimas flores?
A resposta é de imediata!
A de se filiar a uma sociedade Orquidófila e procurar nunca abandoná-la e sim perpetuá-la, realçá-la entre as demais.
Fazer com que sejam suas exposições não um abarroado de orquídeas numa mera pratileira, mas sim um evento, de classe simples, ou de classe nobre, mas um Evento.
Associar-se, respeitando os amigos que lá vivem e participam, ajudando-os nas nomeações de cargos e tarefas.
Ser um sócio humilde, porém, sábio, que saiba ouvir e respeitar os diversos pontos de vista que normalmente nas associações se encontram.
Nunca mostrar, má vontade, ou mesmo soberba desrespeito, e ainda ser chato querendo  ver o circo pegar fogo.
Enviar sempre que possível suas orquídeas floridas às exposições das outras associações, nossas co-irmãs que por sua vez nos recebem muito bem e de braços abertos.
Fazer amizades, promover plantas boas, genética, bons vendedores, boas exposições, e ter cada vez mais a intenção de aumentar, nunca diminuir a roda de amigos ao qual visita.
Do início na orquidofilia até à associação à uma entidade é bastante caminho, pedras vão surgir, tenha paciência e moderação, mas vão surgir também muito mais regozijos e bons momentos de paz e convivência.
As associações hoje no Brasil de modo geral são ótimas, até cursos, até preservação, até excursão tem executado e com mérito, sempre atuantes, sempre de braços abertos à receber qualquer pessoa que às Orquídeas pretendam dar amor e vida.
Essas associações em todo o território Nacional, são mais que fontes de lazer, são escolas, verdadeiros grupos de pessoas de alto nível de espiritualidade.
Uma vez filiadas à Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil, que cujo trabalho, cuja luta e cuja dedicação se ampliam à cada gestão, digo parabéns a CAOB, são esses grupos de várias cidades que hoje facilitam o iniciante nas aquisições de materiais para plantios, desinfecção e acessórios vários.
Apresentam palestras, cursos, excursões e trocas profundas de idéias dentro de um mesmo objetivo, o bem próspero da orquidofilia, em suas reuniões.
Porque iniciante não se filia?
É bom ter suas orquídeas somente para sua própria apreciação?
É satisfatório não ver tua orquídea tão bem cultivada, florida e somente presente em sua sala de estar?
Amigos, vocês que simpatizam nesse ramo da Botânica, dê um passo responsável à frente, associe-se, procure num breve futuro trocar idéia conosco, participe, a orquidofilia precisa de vocês, crianças, jovens, senhores e senhoras, e digo grato pela intenção, muito obrigado.
Creio dar mais um empurrãozinho em você que está aí ainda anônimo.
Deus fez as orquídeas assim como a sua palavra, para ser divulgada entre os povos.

Gilmar Juliak
Diretor Técnico do Círculo SãoCarlense de Orquidófilos

O Iniciante na Orquidofilia Parte I

Olá, amigos, expoentes em amor as nossas orquídeas, vocês, especialmente vocês, devam ter algo dentro do coração que é a esperança, esperança essa em dias melhores, num planeta muito melhor e mais natural, e por falar em natural, é um prelúdio ao leigo com relação às flores, eu como alguns vários de vocês também tive o meu início, o meu amor sem limites pelas orquídeas em especial
Há anos atrás eu dizia à um amigo já falecido que eu jamais teria orquídeas pois demoram muito para florir e são difíceis de cuidar.
E algum tempo depois, foi numa pescaria lá no rio Quilombo no Distrito de Santa Eudóxia à uns 50 quilômetros de São Carlos, onde naquela manhã de sábado estavam eu e mais três amigos que também pescavam.
Para mim, pelo menos, a pescaria não ia bem, peixe algum queria saber de se enroscar no meu anzol.
Após umas horas cansativas de tentativas frustradas, eu deixei de, pescar de uma vez e os deixei lá pescando, peguei uma sacola plástica e fui andar pro meio daquele mato fechado.
Depois de uns minutos mata à dentro encontrei apegadas à pequenos galhos e troncos caidos ao chão, umas pequenas plantas esquisitas e neles enraizadas.
Não sabia eu se eram orquídeas ou não, pensei parasitas, não tinham flores.
E a curiosidade foi maior!
Comecei a pegar os pequenos galhos e troncos caídos no chão quase que aprodecidos pela umidade, e coloquei aquelas parasitas estranhas na sacola.
E quanto mais andava, mais achava, umas diferentes de outras; curioso eu achava.
Bem, ao voltar ao encontro deles, o caro amigo pescador, que já era colecionador de orquídeas me interpelou dizendo:
Gilmar, isso que você carrega na sacola plástica são pequenas orquídeas, jamais parasitas.
E ele continua:
Retire-as do galho e troncos podres e as fixe em placas de xaxim vendidas nas pecuárias, pendure-as debaixo de árvores lá no seu quintal, regue regularmente e verás lindas florezinhas em breve.
E eu, naquele instante fui contaminado pelo vírus das orquídeas, ou melhor, pelo afeto e carinho de cultivar, e fiz o que ele me dissera.
Chegando em casa, comprei as tais placas de xaxim e fiz o que ele havia dito, e dentro de dois a três meses vi com lupa as pequenas florezinhas, eram, Oncidium Pulvinatum, Rodriguesia Decora, mini Pleurotalis e outras que na época não consegui classificar.
O interessante:
Na segunda-feira fui todo eufórico no mercado municipal junto com outro amigo, já falecido, que me instruiu à comprar híbridos, Phalaenopsis e um vaso de Oncidium Varicossum.
E pra finalizar e resumir, daí para frente nunca mais deixei essa paixão a de cultivar Orquídeas com racionalidade,prudência e sabedoria; ah! e ainda, paciência, muita paciência que são qualidades que eu até então não possuia.
Hoje as orquídeas na minha casa fazem parte da família, meus pais, minha filha e minha esposa apreciam e tem amor pleno a elas.
Foi uma reviravolta de 180° na minha cabeça, e veio para o bem, eu era pretencioso, intolerante, impaciente e mal educado, mas não sabia que algo faltava dentro de mim, um prazer tão belo, tão nobre o quanto vem a ser a Orquidofilia.

Gilmar Juliak
Diretor Técnico do Círculo SãoCarlense de Orquidófilos